Derrubando mitos. Conheça 6 hábitos que você acha que economiza combustível. Só que não!

Sexta-feira, 16/02/2024

Mais uma vez voltamos à matérias do tipo "desvendando mitos". Desta vez vamos nos concentrar naquelas falsas crenças populares que afirmam economizar combustível, mas que na verdade não economizam nada; em muitos casos, elas não cumprem o que prometem e até transformam essa economia em uma despesa maior.

1 - Usar sempre a marcha mais alta

Existe uma falsa crença de que usar a marcha mais alta possível economiza combustível, já que o motor gira o mais baixo possível. Porém, o regime ideal de consumo é o do torque máximo , que costuma ficar em torno de 1.700 - 2.500 rpm nos motores diesel, e em torno de 3.000 - 4.000 rpm nos motores a gasolina. Mesmo assim, atualmente os fabricantes desenvolvem suas caixas de câmbio para que a 120 km/h (aproximadamente) dirigindo na marcha mais alta, o motor funcione na faixa ideal.

Tente sempre dirigir na faixa de torque máximo: cerca de 2.000 rpm no diesel e 3.000 - 3.500 rpm na gasolina

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Portanto, andar na marcha mais alta possível em todas as circunstâncias, além de causar maior consumo, principalmente em pequenas recuperações, o que obriga o motorista a pisar fundo no acelerador já que nessa velocidade o motor fica mais preguiçoso, também pode causar diversas avarias , como o entupimento do filtro antipartículas ou EGR devido a uma acumulação excessiva do chamado carbono (nestes regimes a combustão é incompleta, com parte desse hidrocarboneto tornando-se o chamado carbono).

2 - Descer em "ponto morto"

Essa técnica, além de não economizar combustível, é extremamente perigosa , vamos por partes. Por um lado, quando você coloca em ponto morto o motor gira em marcha lenta, então há consumo de combustível , mesmo que seja mínimo. Porém, se você engatar uma marcha e não pisar no acelerador, mesmo com o motor girando (por exemplo, a 2.500 rpm), não há consumo. Isso porque não há carga, lembre-se que você não está pisando no acelerador e portanto o combustível não é injetado. Digamos que "gira vazio".

Por outro lado, como já disse, esta é a forma mais perigosa de se aproximar de um declive. Ao inserir ponto morto você “desconecta” as rodas do conjunto motor-caixa de câmbio, e o que o carro faz é ganhar cada vez mais velocidade à medida que desce. É física pura: a lei da gravidade de Newton. Esta situação obriga a usar o freio constantemente e por muito tempo, fazendo com que ele superaqueça e perca sua eficácia, mesmo não funcionando porque o líquido atingiu uma temperatura tal que parte dele virou gás e não transmite a pressão do freio para as pinças. Mas mesmo que isso não aconteça, o desgaste tanto das pastilhas quanto dos discos de freio será maior, deformando até mesmo estes últimos.

Então, se na descida temos uma marcha engatada, o motor gira sem consumir combustível, assim como a parte primária da caixa de câmbio, então o atrito dos diversos componentes dá origem a uma força que freia, em maior ou menor grau, e é o que é conhecido como freio motor.

3 - Desligar o ar condicionado e abrir as janelas

Este mito é um clássico, se é que alguma vez existiu, e em sua defesa direi que não é totalmente falso. É verdade que em velocidades muito baixas, até cerca de 30 km/h, é mais econômico abrir as janelas do que ligar o ar condicionado. Porém, quando conduzimos a velocidades mais elevadas acontece exatamente o contrário, e em maior medida, pois o fato de conduzir com as janelas abertas cria um efeito semelhante ao de um pára-quedas: o ar entra no carro contrariando o seu avanço. Além disso, este efeito é mais notável quanto maior for a velocidade, uma vez que a força de resistência aerodinâmica depende do quadrado da velocidade, pelo que este pequeno consumo de energia do compressor do ar condicionado é preferível ao necessário para superar essa força de arrasto aerodinâmico.

4 - Arrancar o carro em segunda marcha

Muitas pessoas têm o hábito, ainda mais em motores turbodiesel com bastante torque em qualquer velocidade, de começar a dirigir em segunda marcha. Se houvesse uma economia nisso seria mínima, desprezível, mas estamos causando desgastes desnecessários na embreagem , além de possíveis quebras no bimassa. Ao ligar a segunda marcha, aquele momento de deslizamento do disco de embreagem quando o carro começa a andar é maior, então o desgaste também é maior.

5 - Pré aquecer o motor antes de começar a viagem

Diz-se que é bom para o motor, principalmente se for diesel, deixá-lo aquecer cerca de 5 minutos antes de iniciar a viagem. Pois bem, nos motores modernos, tanto a diesel quanto a gasolina, não é necessário, então estaremos desperdiçando combustível . Porém, direi que é aconselhável esperar cerca de 30 ou 60 segundos, para que o óleo lubrifique todas as suas partes e assim evite quebras, além de não forçá-lo ou dar aceleração até atingir a temperatura ideal de operação (cerca de 90 graus Celsius).

6 - Usar combustível premium

Utilizar combustível de postos "premium", onde o combustível costuma estar com preços acima da média, não representa nenhuma economia , já que o combustível em si tem uma determinada composição química, o mesmo número de átomos de hidrogênio e carbono e, portanto, o mesmo valor calorífico ou energético. Em outras palavras, não se extrai mais energia ou potência por litro de combustível caro . Porém, é verdade que um combustível ou outro pode conter diversos aditivos que protegem mais ou menos certas partes do motor, mas isso é outra questão.

Por outro lado, reabastecer com gasolina de 98 octanas em vez de 95 também não resulta em economia de combustível. O uso de gasolina de alta octanagem é apropriado em motores com alta taxa de compressão (de 10:1 ou 11:1) para evitar o fenômeno de batida da biela por autodetonação. Portanto, se você colocar gasolina de maior octanagem do que o necessário, não estará conseguindo nem diminuição de combustível nem aumento de potência. Em qualquer caso, deverá abastecer sempre com o combustível indicado pelo fabricante (consultar o manual do utilizador ou consultar a etiqueta junto à tampa do combustível).

Porém, há certos casos em que o fabricante aponta que com a gasolina 98 octanas você consegue melhor desempenho e menor consumo, mas que também é possível usar a 95 octanas sem nenhum problema. A conta que você deve fazer é se esses 300ml que você vai economizar por uma média de 100 km rodados, compensa financeiramente pela diferença que você pagou na gasolina premium.

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